Com o ciclo eleitoral cada vez mais próximo, as máquinas partidárias aquecem os motores para uma campanha eleitoral que se prevê quente. Os programas eleitorais estão disponíveis para consulta (excepto o CDS - apresenta Domingo, dia 30/08) e revelam o que já se verifica há uns anos: ausência total de propostas por parte da oposição. Não existem propostas credíveis, nem tão pouco exequíveis neste momento de profunda exigência e rigor para a nossa economia. O PSD fala em "rasgar", "cortar", "suspender", "avaliar", quando o país necessita que o estado entre na fase do "fazer" e "executar" para estimular a economia e o emprego e para criar condições para que no futuro, em tempos de crescimento da economia, se cresça mais depressa. Em Espanha continua a aposta no TGV e nos investimentos estruturantes. O troço Madrid - Valência está em execução. O troço Madrid - Badajoz está em execução. As autopistas (auto-estradas sem portagens, equivalente às nossas SCUT) cobrem o país de lés a lés, com excelentes condições e pisos novos. As cidades e os monumentos estão a ser alvo de investimentos para dinamizar a construção e preparar as cidades para receber melhor os turistas no futuro, criando condições para um rápido crescimento económico. Além do TGV, os espanhóis apostam também na ferrovia convencional.
Mas não são só os espanhóis a apostar no TGV: americanos e brasileiros também já estão a seguir esse caminho.
Na saúde, o PSD encapotadamente abre a porta para as privatizações, através da contratualização com misericórdias e sector privado. O BE e PCP querem voltar atrás e transformar os hospitais EPE em SPA e "rasgar" as parcerias público-privadas existentes e que permitem que os portugueses venham a ter novos hospitais no SNS.
Na educação a mesma coisa. O PSD propõe "rasgar" e "suspender" a avaliação (todos os funcionários públicos serão avaliados com o PSD menos os professores! É justo? É coerente?) sem propor um novo modelo alternativo. O mesmo acontece com BE e PCP - "rasgar" e "suspender" a avaliação dos professores. Ao que parece o CDS seguirá o mesmo caminho - "suspender".
Na segurança social o PSD propõe encapotadamente que venha a ser privatizada (tal como quis fazer a Drª Manuela Ferreira Leite quando era ministra das finanças e que agora com a crise financeira teria produzido resultados ruinosos para os nossos pensionistas) e o BE e PCP propõem aumentar os subsídios de desemprego e baixar as prestações sociais, sem explicarem onde vão arranjar o dinheiro necessário para cobrir essa despesa (será aumento de impostos? Julgo que não, mas a única via será um aumento astronómico do défice, levando o país para o precepício).
Há uns anos quando o PS ganhou com maioria absoluta, todos apontavam o dedo de que era preciso fazer reformas estruturais no nosso país. Reformas que nenhum Governo tinha tido coragem de tomar mas que enquanto oposição as defendiam. O PSD com Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite prometeram mas não cumpriram (terá sido a política de verdade? Talvez seja o mesmo que eles agora prometem). Aumentaram o IVA de 17% para 19%, maquilharam o défice com receitas extraordinárias e venderam ao desbarato as dívidas do Estado ao Citigroup por um valor muito inferior ao real. As reformas estruturais prometidas ficaram na gaveta.
Este Governo do PS e o Eng.º José Sócrates teve essa coragem. Fez as reformas e com isso "comprou" guerras com os interesses instalados, tais como farmácias, juízes, professores, funcionários públicos, médicos, enfermeiros, câmaras municipais, regiões autónomas, advogados, políticos, etc. Não governou para estatísticas nem para a reeleição, mas sim para criar condições para que o nosso país cresça e se torne competitivo. Como se não bastasse as "guerras", ainda lhe calhou enfrentar a maior crise financeira e económica deste século, a pior desde a Grande Depressão ocorrida em 1929. Com o abrandamento da economia mundial era expectável o ajustamento do nosso tecido produtivo e o fecho de empresas pouco competitivas, traduzindo-se num aumento do desemprego e abrandamento da nossa economia. Mas a prova de que as reformas efectuadas foram no sentido correcto, é a saída da recessão no grupo da frente na Europa, juntamente com duas economias fortes, como é o caso da economia alemã e da economia francesa. A Espanha, que até à pouco tempo tinha um saldo positivo nas suas contas públicas, prevê para este ano um défice de cerca de 10%, quase o dobro do que é expectável por cá.
Perante a realidade e a dureza dos números e dos indicadores, compreendo que seja difícil à oposição apresentar medidas marcantes.
Agora resta aos portugueses escolherem o caminho que querem para o futuro do nosso país. Se querem um país imobilizado, estagnado, a retroceder em todas as áreas, sem visão estratégica, então o voto será direita (CDS ou PSD é igual, prepara-se uma coligação). Se os portugueses quiserem um país moderno, com visão de futuro, que crie condições para a geração de riqueza, que apoie os mais desfavorecidos, que faça as reformas estruturais necessárias, então terá de optar pelo PS. Votar BE ou PCP é igual. Ambos não ambicionam ser poder (através de coligações de esquerda) uma vez que têm receio do poder, pois isso inibiria-os de dizer mal. Perderiam os votos e os apoios de que os apoia agora, seriam desmascarados.
Mas não são só os espanhóis a apostar no TGV: americanos e brasileiros também já estão a seguir esse caminho.
Na saúde, o PSD encapotadamente abre a porta para as privatizações, através da contratualização com misericórdias e sector privado. O BE e PCP querem voltar atrás e transformar os hospitais EPE em SPA e "rasgar" as parcerias público-privadas existentes e que permitem que os portugueses venham a ter novos hospitais no SNS.
Na educação a mesma coisa. O PSD propõe "rasgar" e "suspender" a avaliação (todos os funcionários públicos serão avaliados com o PSD menos os professores! É justo? É coerente?) sem propor um novo modelo alternativo. O mesmo acontece com BE e PCP - "rasgar" e "suspender" a avaliação dos professores. Ao que parece o CDS seguirá o mesmo caminho - "suspender".
Na segurança social o PSD propõe encapotadamente que venha a ser privatizada (tal como quis fazer a Drª Manuela Ferreira Leite quando era ministra das finanças e que agora com a crise financeira teria produzido resultados ruinosos para os nossos pensionistas) e o BE e PCP propõem aumentar os subsídios de desemprego e baixar as prestações sociais, sem explicarem onde vão arranjar o dinheiro necessário para cobrir essa despesa (será aumento de impostos? Julgo que não, mas a única via será um aumento astronómico do défice, levando o país para o precepício).
Há uns anos quando o PS ganhou com maioria absoluta, todos apontavam o dedo de que era preciso fazer reformas estruturais no nosso país. Reformas que nenhum Governo tinha tido coragem de tomar mas que enquanto oposição as defendiam. O PSD com Durão Barroso e Manuela Ferreira Leite prometeram mas não cumpriram (terá sido a política de verdade? Talvez seja o mesmo que eles agora prometem). Aumentaram o IVA de 17% para 19%, maquilharam o défice com receitas extraordinárias e venderam ao desbarato as dívidas do Estado ao Citigroup por um valor muito inferior ao real. As reformas estruturais prometidas ficaram na gaveta.
Este Governo do PS e o Eng.º José Sócrates teve essa coragem. Fez as reformas e com isso "comprou" guerras com os interesses instalados, tais como farmácias, juízes, professores, funcionários públicos, médicos, enfermeiros, câmaras municipais, regiões autónomas, advogados, políticos, etc. Não governou para estatísticas nem para a reeleição, mas sim para criar condições para que o nosso país cresça e se torne competitivo. Como se não bastasse as "guerras", ainda lhe calhou enfrentar a maior crise financeira e económica deste século, a pior desde a Grande Depressão ocorrida em 1929. Com o abrandamento da economia mundial era expectável o ajustamento do nosso tecido produtivo e o fecho de empresas pouco competitivas, traduzindo-se num aumento do desemprego e abrandamento da nossa economia. Mas a prova de que as reformas efectuadas foram no sentido correcto, é a saída da recessão no grupo da frente na Europa, juntamente com duas economias fortes, como é o caso da economia alemã e da economia francesa. A Espanha, que até à pouco tempo tinha um saldo positivo nas suas contas públicas, prevê para este ano um défice de cerca de 10%, quase o dobro do que é expectável por cá.
Perante a realidade e a dureza dos números e dos indicadores, compreendo que seja difícil à oposição apresentar medidas marcantes.
Agora resta aos portugueses escolherem o caminho que querem para o futuro do nosso país. Se querem um país imobilizado, estagnado, a retroceder em todas as áreas, sem visão estratégica, então o voto será direita (CDS ou PSD é igual, prepara-se uma coligação). Se os portugueses quiserem um país moderno, com visão de futuro, que crie condições para a geração de riqueza, que apoie os mais desfavorecidos, que faça as reformas estruturais necessárias, então terá de optar pelo PS. Votar BE ou PCP é igual. Ambos não ambicionam ser poder (através de coligações de esquerda) uma vez que têm receio do poder, pois isso inibiria-os de dizer mal. Perderiam os votos e os apoios de que os apoia agora, seriam desmascarados.
Comentários
Passei por aqui e de facto, este texto está muito bom.
Revejo essas tuas palavras em tudo o que nos envolve.
Um abraço.