Há uns meses atrás em meados do ano 2008, quando a crise ainda não era vísivel nem expectável que chegasse à economia real, comentava com um amigo quais seriam as consequências que resultariam com o aumento desenfreado do preço do petróleo. Nessa altura assistíamos a recordes de preço todos os dias, os produtos alimentares subiam desenfreadamente e a inflacção começava a surgir no horizonte de todas as economias. Em consequência da inflacção galopante seguia-se o aumento das taxas de juros para níveis nunca antes vistos.
Como sabemos, o petróleo é uma fonte de energia essencial ao desenvolvimento actual, e o aumento do seu preço trás acrescido consequências que se multiplicam em escala. Ou seja, com o aumento do preço do petróleo sobem os preços dos produtos alimentares, dos plásticos, dos transportes, etc. Com este aumento generalizado de preços dispara a inflacção e para controlar a inflacção sobem os juros as autoridades monetárias.
A subida do preço do petróleo haveria de ter um ponto de ruptura quando as famílias e as empresas vissem a sua capacidade de gastar substancialmente reduzida pelo aumento de juros, alimentos e combustíveis. Com menor capacidade de consumo, menos compras se efectuam, os stocks das empresas aumentam e a necessidade de produção diminui o que leva a reduzir a produção. Com menor produção e necessidade de controlar custos, as empresas tentam ajustar a sua mão de obra à capacidade que necessitam, levando assim ao Lay-Off e ao desemprego.
Resumindo, os grandes responsáveis por esta crise são os especuladores que vivem da instabilidade gerada em torno do preço do petróleo e que apenas se interessam por retirar enormes dividendos. Esses sim devem ser responsabilizados em primeiro lugar pela situação que geraram a nível global. Os países produtores também não estão isentos de culpas, uma vez que quanto maior é o preço maiores são os benefícios e o aumento dos seus orçamentos estatais.
Os agentes económicos em geral devem tirar ilacções e aprender com tudo o que se tem passado, de forma a evitar uma nova crise destas dimensões no futuro. Mas uma certeza devemos ter, há que arranjar urgentemente fontes alternativas de energia que não estejam sujeitas ao nível de especulação de que vive o mercado do petróleo.
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